segunda-feira, fevereiro 07, 2005

Anátema

Anátema


Destitui-me das lembranças lacrimejantes do passado
Deixando que o horizonte estendido ao infinito
Espelhasse a imagem do meu triste sorriso
Por saber-se liberto de um perigoso abismo.

Com ele permiti que se fechassem todas as portas,
Todas as frestas foram lacradas pela revolta
Mas não a que anseia pelo alcance da vingança,
Mas sim aquela que germinou ao ver-se minar a esperança.

O beijo, por muitas noites, foi destinado ao vazio das estrelas
Que, ofuscadas, lançavam-se ensandecidas as negras ondas do mar
Estas, que hoje são o cemitério de um sereno sem luar
Um dia brilharam no céu como pedras preciosas pela loucura possuídas!

O engano de sob as asas das trevas se aninhar
Nada mais deixou que uma cicatriz escapular
A mesma que outrora pulsava em lava enfurecida

Hoje emerge em chamas dolosas que amanhã serão esquecidas


Autor Desconhecido

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